A Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) firmaram um acordo que objetiva a consolidação, de forma organizada, das melhores práticas de inovação do país, com ênfase nas empresas. O objetivo principal é a coleta de informações por meio da articulação dos principais atores do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em cada região brasileira.
A novidade foi antecipada pelo presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonsky, nesta quarta-feira (26), durante o 21º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, realizado em Porto Alegre (RS), entre os dias 25 e 28 de outubro. A assinatura formal será realizada nos próximos dias, em Brasília (DF).
De acordo com o consultor e ex-diretor da Anprotec, José Alberto Aranha, esta parceria coloca o movimento de mobilização nacional da inovação, iniciativa do governo federal para que o Brasil se torne mais competitivo, bem mais próximo das empresas. “A parceria agrega o setor empresarial ao movimento, segmento que tem na inovação sua principal ferramenta de competitividade. Empresas que não inovam só sobrevivem em mercados sem concorrência”, afirmou com exclusividade para o Gestão C&T online.
Aranha ressalta que a CNI é o grande articulador da mobilização de inovação no Brasil. Nessa preocupação, em dois anos realizou três fóruns que culminaram em uma carta de estímulo à inovação no país. Mais de 200 grandes empresários assinaram o documento e se comprometeram a investir em inovação para que as empresas brasileiras possam ser competitivas mundialmente.
Paralelas a essa iniciativa, surgiram outras de várias instituições e do próprio governo federal, com o mesmo foco. Com o acordo, será possível viabilizar uma ampla articulação em cada Estado para reunir tudo o que tem sido feito em prol da inovação. “A Anprotec já tem uma rede, composta de atores estabelecidos em cada região, que iniciaram trabalhos nesse sentido, e que agora terão uma atenção específica”.
Após a formalização da assinatura, o próximo passo será uma reunião entre a Anprotec e a CNI para estruturar a realização dessa coleta de informações. A expectativa, informa Aranha, é gerar, o mais rápido possível, um documento para ser entregue ao governo federal como apoio no estabelecimento de políticas públicas para o setor.
Segundo Aranha, pequenas e grandes empresas possuem dificuldades diferenciadas. No caso das menores que nascem de grupos de pesquisa de universidades, por exemplo, dificilmente conseguem continuar inovadoras quando se afastam da academia.
As grandes possuem profissionais capacitados, mas não têm, na maioria dos casos, uma forma organizada de processo de gestão da inovação. “Quando uma ideia surge, geralmente é reconhecida, mas dar continuidade a ela, tornando-a um produto ou um processo é muito difícil se não houver uma política estabelecida dentro do negócio”.
(Cristiane Rosa, de Porto Alegre, para o Gestão C&T online)