Para o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Nelson Fujimoto, o Brasil deve integrar as ações dos programas voltados para os parques tecnológicos e priorizar recursos para o setor. “Estes empreendimentos são fundamentais para o crescimento do país, como vetor de desenvolvimento regional”, disse nesta quarta-feira (26), em Porto Alegre (RS).
De acordo com ele, as novas políticas públicas destinadas para o segmento devem propor uma maior relação entre os programas federais e estaduais e o desafio atual é criar ações que garantam a sustentação desses empreendimentos, responsáveis pela geração de mais de 26 mil empregos diretos.
“Parques tecnológicos são uma política importante e temos que dar continuidade. Eles ainda estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, mas as ações governamentais em curso tendem a espalhá-los por todo o território nacional”, destacou. Atualmente, o país abriga 75 empreendimentos, sendo que 14 estão instalados no Rio Grande do Sul.
Entre 2007 e 2010, os investimentos do MCTI no setor, via suas agências de fomento, somaram R$ 175 milhões. Somente em impostos, o segmento devolveu aos cofres públicos cerca de R$ 119 milhões, o que na opinião do secretário do MDIC, demonstra sua importância para o desenvolvimento da economia nacional.
Ainda na avaliação de Fujimoto, estes empreendimentos são fundamentais para alavancar a inovação e impulsionar as exportações, que registraram crescimento de 32% no primeiro semestre deste ano. “Vale lembrar que, embora as exportações ainda sejam puxadas pelas commodities, somos competitivos na agroindústria porque investimos na inovação”, analisou.
Neste cenário, a consolidação e o surgimento de parques tecnológicos serão decisivos para acelerar o surgimento de empresas com elevado conteúdo tecnológico, o que contribuirá para ampliar a pauta de exportação. “O estímulo à inovação é um elemento central para a competitividade de toda a cadeia produtiva, seja ela intensa em mão de obra, seja ela intensa em tecnologia”, completou durante o 21º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, realizado pela Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Forte impacto
As incubadoras também são elementos fundamentais para não só impulsionar o crescimento da economia, como também para sustentar esse desempenho a longo prazo. Segundo o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos, as empresas incubadas, quando saem das incubadoras, têm um desempenho muito superior à média das pequenas empresas do mercado.
“É muito importante estimular este empreendedorismo de forte impacto e de alta sobrevivência”, destacou no seminário. De acordo com o Sebrae, somente de 2009 a 2011 foram criados cerca de 24 milhões de postos de trabalho no país, movimento puxado pelas micros e pequenas empresas. Dados da Anprotec apontam que existem no Brasil 384 incubadoras, com capacidade para atender cerca de três mil empresas.
(Cynthia Ribeiro, de Porto Alegre, para o Gestão C&T online)