Aproximar o conhecimento científico e tecnológico das demandas da indústria mineira e estar entre os maiores centros de inovação do país. Estas são as metas da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), criada em março de 1972. O orçamento anual de instituição é da ordem de R$ 30 milhões. O trabalho tem como escopo propor alternativas para diferentes segmentos da economia.
“O Cetec tem como missão contribuir para a evolução tecnológica, pela apropriação de conhecimento e pelo desenvolvimento e antecipação de soluções inovadoras, ambientalmente compatíveis, em prol das empresas mineiras e brasileiras”, define o presidente da instituição, Marcílio César de Andrade.
A preocupação não é à toa. Atualmente, a economia mineira está concentrada na mineração e na metalurgia, devido à riqueza mineral do Estado, o que direciona a maior parte dos investimentos para estas áreas. Ao se aproximar do setor industrial, o Cetec pretende promover uma diversificação da pauta de exportações do Estado, com agregação de valor e de tecnologia aos produtos.
Para responder a este desafio, a instituição aposta em parcerias, que vão desde setores públicos à iniciativa privada. Em agosto do ano passado, por exemplo, a fundação assinou um acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O objetivo é estimular o crescimento econômico mineiro, a partir da inovação.
Já como resultado dessa parceria, vale citar a contratação, pela Fiemg, do instituto Fraunhofer, da Alemanha, e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para a reestruturação da fundação mineira. Para tanto, a federação contará com recursos da ordem de R$ 2 milhões, provenientes de um empréstimo feito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Vale destacar também as ações realizadas pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do instituto. A área é responsável por fomentar a cultura de inovação, negociar transferências de tecnologias e executar ações de proteção à propriedade intelectual gerada na instituição.
Os projetos desenvolvidos pelos setores técnicos do Cetec com o apoio do NIT são diversos e vão desde a construção de janelas inteligentes, que filtram a entrada e saída de calor, gerando economia de energia elétrica, como uma metodologia de extração do óleo de pequi para a indústria alimentícia.
Na avaliação de Andrade, as empresas mineiras ainda não atingiram o patamar ideal nesse setor, mas a cultura do empresariado está mudando e os investimentos em inovação devem crescer. “O Cetec, ao se aproximar mais da indústria, poderá contribuir significativamente para esta transformação”, acredita.
Além do segmento empresarial, que envolve micro, pequenas e grandes empresas, a instituição mantém estreita relação com diversas redes estaduais e nacionais públicas. Exemplo é o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), coordenado pelo MCTI e a Finep.
Vários laboratórios estão inseridos nas redes formadas dentro do Sibratec e neste escopo, cabe ao Cetec a coordenação da Rede Mineira de Extensão Tecnológica e a liderança do Centro de Inovação voltado para a linha de células fotovoltaicas, por exemplo.
Entre os trabalhos realizados, destaca-se a realização de testes de motores e a avaliação das emissões dos veículos de montadoras nacionais, incluindo análises das emissões evaporativas em câmara selada, cujos resultados informam se o veículo atende às exigências da legislação ambiental vigente.
“Os laboratórios têm tido participação importante no processo de desenvolvimento de novos produtos conduzidos pela Fiat. O Cetec realiza, também, o monitoramento da qualidade da gasolina, óleo diesel e etanol em Minas Gerais”, detalha. A instituição é responsável ainda pela análise do produto distribuído em metade dos postos de combustíveis do Estado, tendo como cliente a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O Cetec é uma instituição associada à ABIPTI.
Para saber mais sobre a atuação do Cetec acesse o site www.cetec.br.
(Cynthia Ribeiro para o Gestão C&T online)