CGEE prepara estudo sobre consumo inteligente de energia

     Até março, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) divulgará um estudo que vai identificar iniciativas para monitorar o funcionamento do sistema elétrico. A ideia é apontar soluções capazes de evitar o desperdício de energia.

     De acordo com o Balanço Energético Nacional, da Empresa de Pesquisa Energética, a cada 100 quilowatts produzidos 15 se perdem entre a geração e o consumo. O índice é duas vezes maior que o registrado em outros países. Foi essa perda, causada principalmente pelo furto por meio de instalações irregulares, que motivou o CGEE a fazer um amplo estudo sobre osmart grids, também conhecidos como redes inteligentes.

     Esse sistema, segundo a assessora da CGEE, Ceres Cavalcanti, pode informar em tempo real a ocorrência de pane e a eventual suspensão do fornecimento. “Quando cai a energia, seja lá por qual motivo, você liga para a concessionária. Com o smart grid, isso passa a ser automático”, explicou. “Essas empresas conseguirão ter mais informação para poder prestar o melhor serviço ao seu mercado e a seus clientes”, completou.

     Além de ajudar as concessionárias, o uso de redes inteligentes também irá impactar no bolso dos consumidores, já que os  usuários poderão controlar diretamente o consumo. No futuro, quando houver tarifa diferenciada conforme o horário, os medidores domésticos informarão quanto está sendo gasto a cada momento e o valor das tarifas cobradas dando a possibilidade de o consumidor utilizar os eletrodomésticos em horário de tarifas menores.

     Também haverá a possibilidade de obter descontos na tarifas se usar energia solar. “Imagina os consumidores passarem a ser pequenos geradores, vai ser um grande quebra-cabeça. E aí talvez vai ter de mudar essa política de otimização [do consumo]. Esse passo não é tão rápido, porém extremamente possível”, prevê Ceres Cavalcanti.

     Para a assessora do CGEE, a adoção do smart grid vai gerar negócios para a indústria de componentes do sistema elétrico e também para a área de tecnologia da informação e comunicação.

     (Com informações da Agência Brasil)