“O território é um ator cada vez mais importante para o estabelecimento de políticas públicas e na dinâmica da inovação”. A afirmação foi feita por Annalisa Primi, economista da Unidade de Análise Estrutural e Competitividade da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) da França, no painel “A nova competitividade de territórios”, durante o 21º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, nesta quarta-feira (26), em Porto Alegre (RS).
De acordo com Annalisa, para aprimorar as políticas públicas para o setor é fundamental investir na fase de diagnóstico. “Não se deve aceitar apenas as tendências globais para cada território. É importante fazer um diagnóstico específico da necessidade e da visão de cada um deles”.
Outro aspecto apontado por Annalisa é que o processo de consenso no território para inovação não pode ser decidido somente pelas instituições estaduais e de governo, mas deve também levar em conta empresas, sociedade e demais atores que interferem nesse contexto.
“O espaço para diálogo em todas as esferas também é crucial. Parece óbvio, mas em muitos países é difícil, por exemplo, convencer o Ministério da Fazenda sobre a importância do fornecimento de recursos”.
Para Antonio Carlos Figueira Galvão, diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que também participou do painel, o desenvolvimento nacional depende da superação de desigualdades. Segundo ele, o Brasil tem crescido a taxas mais moderadas desconcentrando renda e melhorando a qualidade de vida da população, mas é preciso pensar o desenvolvimento em outra escala.
“O maior sucesso no desenvolvimento regional brasileiro veio de uma política social”, defende. Ainda de acordo com ele, não existem regras claras no Brasil, nem um modelo de planejamento comum. “O fortalecimento de territórios depende da análise da demanda e vocações de cada um deles. Dessa forma, a inovação e tecnologia tornam-se elementos-chave”.
(Cristiane Rosa, de Porto Alegre, para o Gestão C&T online)