Logo 40 anos-07Logo 40 anos-07Logo 40 anos-07Logo 40 anos-07
  • Quem Somos
    • A ABIPTI
    • Estrutura
      • Diretoria
      • Equipe
    • História
      • Introdução
      • Anos 1980
      • Anos 1990
      • Anos 2000
      • Anos 2010
    • Documentos Institucionais
      • Estatuto
      • LGPD
        • O que é LGPD?
        • Política de Privacidade
      • Logotipo ABIPTI
      • Planejamento Estratégico
      • Regimento Interno
  • Associados
    • Associe-se
      • Benefícios de ser associado
      • Categorias de Associados
      • Tabela de custos
      • Novo cadastro
      • Atualização cadastral
    • Associados
      • Por ordem alfabética
      • Por região
        • Região Norte
        • Região Nordeste
        • Região Sudeste
        • Região Sul
        • Região Centro-Oeste
  • Ações e Serviços
    • Abipti Capacita
    • AGINTEC
    • Assessoria Parlamentar
    • Biblioteca
    • Conectando DF
    • Congresso ABIPTI
    • Impacto de Institutos de Ciência e Tecnologia Privados no Brasil
    • Prêmio de Literatura Abipti
    • Programa da Excelência na Gestão – PEG
  • Comunicação
    • Agencia Abipti
    • Notícias
    • Podcast
  • Contato
    • Fale conosco
Associe-se!

Cotas raciais – quem ganha, quem perde? Artigo de José Goldemberg

  • Home
  • Agência Abipti
  • Cotas raciais – quem ganha, quem perde? Artigo de José Goldemberg
A cortina de fumaça da “desindustrialização”, artigo de Alexandre de Freitas Barbosa
28/05/2012
Brasil e o VI Foro Mundial de Ciências, artigo de Sérgio Eduardo Moreira Lima
28/05/2012
28/05/2012

José Goldemberg é professor emérito da Universidade de São Paulo. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de 21 de maio de 2012.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente, por unanimidade, que a introdução de cotas raciais no acesso às universidades públicas federais não viola a Constituição da República, seguindo a linha adotada nos Estados Unidos há algumas décadas de introduzir “ações afirmativas” para corrigir injustiças feitas no passado. A decisão flexibiliza a ideia básica de que todos são iguais perante a lei, um dos grandes objetivos da Revolução Francesa.

Ela se origina na visão de que é preciso aceitar a “responsabilidade histórica” dos malefícios causados pela escravidão e compensar, em parte, as vítimas e seus descendentes. A mesma ideia permeia negociações entre países, entre ex-colônias e as nações industrializadas, na área comercial e até nas negociações sobre o clima.

Sucede que, de modo geral, “compensar” povos ou grupos sociais por violências, discriminações e até crimes cometidos no passado raramente ocorreu ao longo da História. Um bom exemplo é o verdadeiro “holocausto” resultante da destruição dos Impérios Inca e Asteca, na América Latina, ou até da destruição de Cartago pelos romanos, que nunca foram objeto de compensações. Se o fossem, a Espanha deveria estar compensando até hoje o que Hernán Cortez fez ao conquistar o México e destruir o Império Asteca.

É perfeitamente aceitável e desejável que grupos discriminados, excluídos ou perseguidos devam ser objeto de tratamento especial pelos setores mais privilegiados da sociedade e do próprio Estado, por meio de assistência social, educação, saúde e criação de oportunidades. Contudo, simplificar a gravidade dos problemas econômicos e sociais que afligem parte da população brasileira, sobretudo os descendentes de escravos, estabelecendo cotas raciais para acesso às universidades públicas do País, parece-nos injustificado e contraprodutivo, porque revela uma falta de compreensão completa do papel que essas instituições de ensino representam.

Universidades públicas e gratuitas atendem apenas a um terço dos estudantes que fazem curso superior no Brasil, que é uma rota importantíssima para a progressão social e o sucesso profissional. As demais universidades são pagas, o que prejudica a parte mais pobre da população estudantil. Essa é uma distorção evidente do sistema universitário do País. Mas o custo do ensino superior é tão elevado que apenas países ricos como a França, a Suécia ou a Alemanha podem oferecer ensino superior gratuito para todos. Não é o nosso caso. Essa é a razão por que existem vestibulares nas universidades públicas, onde a seleção era feita exclusivamente pelo mérito até recentemente.

A decisão recente do Supremo Tribunal Federal deixa de reconhecer o mérito como único critério para admissão em universidades públicas. E abre caminho para a adoção de outras cotas, além das raciais, talvez, no futuro.

Acontece que o sistema universitário tem sérios problemas de qualidade e desempenho, como bem o demonstra o resultado dos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – garantia da qualidade dos profissionais dessa área -, que reprova sistematicamente a maioria dos que se submetem a ele, o mesmo ocorrendo com os exames na área médica.

Órgãos do governo como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, ou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, têm feito esforços para melhorar o desempenho das universidades brasileiras por meio de complexos processos de avaliação, que têm ajudado, mas não se mostraram suficientes.

Esses são mecanismos externos às universidades. Na grande maioria delas, os esforços internos são precários em razão da falta de critérios e de empenho do Ministério da Educação, que escolhe os reitores, alguns dos quais, como os da Universidade de Brasília, iniciaram o processo de criação de cotas raciais como se esse fosse o principal problema das universidades e do ensino superior no Brasil.

O populismo que domina muitas dessas universidades, há décadas, é a principal razão do baixo desempenho das universidades brasileiras na classificação mundial. Somente a Universidade de São Paulo (USP) conseguiu colocar-se entre as melhores 50 nesse ranking.

O problema urgente das universidades brasileiras é, portanto, melhorar de nível, e não resolver problemas de discriminação racial ou corrigir “responsabilidades históricas”, que só poderão ser solucionadas por meio do progresso econômico e educacional básico.

O governo federal parece ter tomado consciência desse problema ao lançar o programa Ciência sem Fronteiras, que se propõe a enviar ao exterior, anualmente, milhares de estudantes universitários, imitando o que o Japão fez no século 19 ou a China no século 20 e foi a base da modernização e do rápido progresso desses países.

Daí o desapontamento com a decisão da Suprema Corte não só por ter sido unânime, mas também por não ter sido objeto de uma tomada de posição de muitos intelectuais formadores de opinião, exceto notáveis exceções, como Eunice R. Durham, Simon Schwartzman, Demétrio Magnoli e poucos outros que se manifestaram sobre a inconveniência da decisão.

O único aspecto positivo na decisão do Supremo Tribunal Federal foi o de que simplesmente aceitou a constitucionalidade das cotas raciais, cabendo aos reitores, em cada universidade, adotá-las e implementá-las.

Há aqui uma oportunidade para que os professores mais esclarecidos assumam a liderança e se esforcem para manter elevado o nível de suas universidades sem descuidar de tornar o acesso pelo mérito mais democrático, e sem a adoção de cotas raciais, como algumas universidades estaduais de São Paulo estão fazendo.

Compartilhar
0

Veja também

22/02/2022

Embrapa prorroga prazo para seleção de empresas parceiras do laboratório vivo de inovação AgNest


Leia mais
21/02/2022

MCTI aprova atualização do Planejamento Estratégico 2020-2023


Leia mais
21/02/2022

Projeto isenta convênios para pesquisa do pagamento de ISS


Leia mais

A ABIPTI

A Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne entidades públicas e privadas de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, com presença nas cinco regiões e 27 unidades da Federação.

Política de Privacidade

Localização

Parque Tecnológico de Brasília – BioTIC
Granja do Torto, Lote 04
Edifício Governança, 2º andar
Brasília – DF
CEP: 70.636-000

Contato

Telefone: (61) 3348-3131

Assessoria de Imprensa

Zacarias Rolim de Moura
imprensa@abipti.org.br
Tel.: (61) 3348-3131

Fique por dentro do Ecossistema de Inovação!


ABIPTI - Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação
Utilizamos cookies para garantir a melhor experiência em nosso site. Ao clicar no botão “Aceitar” ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
Política de PrivacidadeAceitar
Privacidade e Cookies

Visão Geral de Privacidade

Acesse nossa Poítica de privacidade

Os cookies são utilizados para facilitar a navegação e torná-la mais simples e não danificam o seu dispositivo. Permitem uma navegação mais rápida e eficiente, eliminando a necessidade de introduzir repetidamente as mesmas informações.

Nosso site possui ferramentas que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “Aceitar” ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.

Você pode desativar cookies a qualquer momento. Porém, ao desativar, talvez você não consiga usar e aproveitar todos os recursos que oferecemos.

O procedimento para desativar é diferente para cada navegador; você precisará fazer isso em cada um dos que usa:

  • Google Chrome

  • Mozilla Firefox

  • Safari

  • Internet Explorer

  • Microsoft Edge

  • Opera

Necessary
Sempre ativado
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o funcionamento adequado do site. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.
SALVAR E ACEITAR