A dependência mundial da produção chinesa de terras-raras ligou o alerta na Câmara dos Deputados. Os parlamentares temem que a escassez de matéria-prima inviabilize a participação brasileira no mercado de alta tecnologia. Atualmente, a China detém cerca de 90% do comércio mundial desse conjunto de 17 elementos químicos usados na produção de bens com alto valor agregado.
A deputada Teresa Surita (PMDB-RR) sugeriu ao Conselho de Altos Estudos da Câmara uma análise do tema. “Não tem sentido autorizarmos a instalação de fábricas de tablets com isenções fiscais na Amazônia e continuarmos comprando insumos [terras-raras] da China”, disse a deputada. Os elementos químicos são utilizados na fabricação de diversos produtos que vão desde vidros de tablets até ligas metálicas utilizadas em supercondutores.
Segundo a consultoria McKinsey, o mercado mundial de terras-raras movimentou US$ 11 bilhões em 2011. O Brasil é um dos países com a maior reserva de terras-raras. Atualmente, duas jazidas podem ser exploradas. A reserva de Araxá (MG) e de Pitinga (AM). A primeira inclusive pode produzir cerca de 9 mil toneladas de terras-raras por ano.
Entretanto, a falta de investimentos em pesquisa e tecnologia torna difícil a extração dos elementos. Para deputada Teresa Surita, o ponto principal é definir de que maneira o país pode entrar nesse nicho de mercado. “Hoje, o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] não oferece linha de crédito para empresas explorarem terras-raras”, lamentou. Segundo ela, é preciso garantir um volume maior de investimentos para tornar viável a exploração e desenvolvimento de toda a cadeia de negócios gerados a partir da lavra de minerais de terras-raras.
(Com informações da Agência Câmara)