O Laboratório de Referências Metrológicas (LRM), vinculado ao Centro de Metrologia em Química do IPT, irá coordenar no segundo semestre deste ano a primeira rodada do Programa de Proficiência em Análises RoHS. A iniciativa foi decidida em conjunto pelos participantes da Rede de Produtos e Dispositivos Eletrônicos (PDE), do Sistema Brasileiro de Tecnologias (Sibratec), que busca ampliar a oferta de serviços tecnológicos oferecidos pelos laboratórios integrantes a fim de atender às demandas de qualificação e certificação dos produtos ofertados ao exterior pelas empresas brasileiras.
O mercado europeu está sujeito a uma série de diretivas que regulamentam as características dos produtos e dos métodos de produção, entre elas a 2002/95/EC, emitida pelo Parlamento e pelo Conselho da União Europeia e conhecida como RoHS (Restriction of the Use of Certain Hazardous Substances in Electrical and Electronic Equipment, ou Restrição na Utilização de Determinadas Substâncias Perigosas em Equipamentos Eletroeletrônicos).
A diretiva trata das proibições de uso – e, em alguns casos, de tolerância nas concentrações – de metais tóxicos como chumbo, cádmio, cromo hexavalente, mercúrio, e compostos orgânicos perigosos como bifenilas polibromadas (PBB) e éteres difenílicos polibromados (PBDE) em produtos ou equipamentos comercializados nos estados-membros da União Europeia.
Com apoio da rede, o Laboratório de Referências Metrológicas irá coordenar o programa de avaliação da qualidade das análises químicas que são realizadas por laboratórios de indústrias, instituições de pesquisas e agências reguladoras, entre outros. O programa estará aberto a instituições nacionais e do exterior e tem como participantes já confirmados a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica, a Fucapi do Amazonas, a Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC/RS), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI, de Campinas) e o Laboratório de Análises Químicas (LAQ), também do IPT.
Os participantes terão a oportunidade de comparar o desempenho de seus laboratórios com o de outros participantes de forma sigilosa e de identificar problemas de medição, explica Miguel Papai Jr, responsável pelo Laboratório de Análises Químicas: “Um dos objetivos da rede é acreditar todos os laboratórios no Inmetro e consegue-se isso pela harmonização de procedimentos e metodologias através de um programa interlaboratorial. Quanto maior o número de participantes no projeto, mais exato será o julgamento pelos critérios estatísticos e, consequentemente, a credibilidade será maior”.
As metodologias para a aplicação dos ensaios de proficiência são padronizadas de acordo com a norma ABNT ISO/IEC 17.043, que estabelece requisitos como montagem do material a ser analisado, distribuição e codificação. O Laboratório de Referências Metrológicas irá preparar uma série de amostras de materiais plásticos contendo as substâncias elencadas na diretiva RoHS para análise de suas porcentagens pelos participantes – segundo o coordenador do programa e responsável pelo laboratório do IPT, Ricardo Rezende Zucchini, o desafio será a criação de amostras com teores muito bem conhecidos, que devem ser iguais entre si e com características muito semelhantes às dos produtos reais. Ao final de cada rodada do programa, o IPT irá encaminhar um relatório técnico a cada participante com todos os resultados e estatísticas de desempenho.
(Com informações do IPT)