O Brasil registrou, nos últimos anos, avanços significativos na formação de engenheiros. A afirmação é de Paulo Nascimento, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na última quinta-feira (29), ele participou de seminário realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e foi contundente ao declarar que não faltarão no país profissionais diplomados nesta área.
Tem havido um grande salto na formação de engenheiros. Todos os indicadores são crescentes: número de vagas, de cursos, de candidatos aos vestibulares, de ingressantes nas universidades e também de concluintes. Mantida essa tendência, não vemos para os próximos dez anos um problema quantitativo, ou seja, o risco de faltar pessoas diplomadas em engenharia”, disse.
A opinião foi corroborada por Rafael H. Moraes Pereira, também pesquisador do Ipea. De acordo com ele, outro indicador de que não haverá uma escassez destes profissionais é o grande contingente de engenheiros formados que trabalham em outras áreas. “Existe ainda muita gordura a ser queimada, composta por aqueles que poderiam retornar às atividades de origem”, disse no seminário “Contexto e dimensionamento da formação de engenheiros e pessoal técnico-científico: evolução recente e cenários para 2020”.
Entretanto, os pesquisadores do Ipea chamaram atenção para a necessidade de trazer profissionais do exterior para garantir a execução de obras planejadas para o Brasil. “O número de engenheiros estrangeiros vem crescendo um pouco desde 2001. Mas ainda não ultrapassa o nível de contratados no início da década de 1990. Por isso, pensar na hipótese de importação desses profissionais seria algo realmente pontual, para um ou outro setor”, concluiu Pereira. O evento foi realizado pelo Centro de Estudos Avançados (CEAv) da Unicamp.
(Com informações da Unicamp)