O fortalecimento dos institutos de pesquisa é imprescindível, afirma Raupp

     Após solenidade no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (24), o novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, acompanhado de seu antecessor, Aloizio Mercadante, tomou posse na casa e afirmou que dará continuidade ao trabalho feito pelo petista.

     Em seu discurso, Raupp destacou que é imprescindível o fortalecimento dos institutos de pesquisa, entidades que dispõem das condições ideais para gerar e absorver novos conhecimentos nas universidades.  “Nosso desafio é ir além da conquista acadêmica e ampliar esse sistema de modo a produzir conhecimento de utilidade direta para sociedade, principalmente para o setor  industrial e de serviços, com promoção da inovação tecnológica de forma sustentável em termos econômicos e ambientais”.

     Raupp também elogiou as medidas adotadas por Mercadante durante o período em que este foi titular da pasta com ênfase no grande passo dado pelo ex-ministro ao estabelecer a estratégia nacional de ciência, tecnologia e inovação.  “Ainda é baixo o número de empresas que investem na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos. Dessa forma, perdem competitividade e correm o risco de serem demolidas pelos concorrentes de outros países. A meta é construir um modelo que faça a aliança entre a produção científica e a economia para atender as demandas do setor produtivo”, completou.

     Entre as várias demonstrações da capacidade brasileira de fazer ciência, Raupp destacou o aumento da produção científica nos últimos 10 anos. Em 2000, os pesquisadores brasileiros publicaram mais de 13 mil artigos em revistas especializadas internacionais. Em 2010, subiu para 49 mil, um crescimento de 212%. A produção mundial no mesmo período foi de 62%.

     Outro destaque apontado pelo novo ministro foi o sistema de pós-graduação brasileiro organizado e avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com participação do CNPq e das fundações de amparo à pesquisa, constituído há 40 anos e que hoje forma mais de 35 mil mestres e 10 mil doutores por ano.

     Para cumprir sua missão no MCTI, Raupp espera contar com a colaboração da comunidade científica por meio do estreitamento de laços com entidades como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ABIPTI, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), além da parceria e articulação com todas as secretarias estaduais e fundações de amparo à pesquisa.

     O novo padrão de financiamento público para o desenvolvimento científico e tecnológico, que está estreitamente relacionado com o aperfeiçoamento do marco legal, assim como o fortalecimento da pesquisa e infraestrutura científica e tecnológica, ligados diretamente à formação e a capacitação também serão prioridades da pasta este ano.

     Estimular o desenvolvimento em áreas estratégicas e o incremento das parcerias público-privadas complementam as metas do novo ministro, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), criada por Mercadante em parceria com a CNI, prevista para iniciar suas atividades no próximo mês.

     (Cristiane Rosa pra o Gestão C&T online)