Com mais de 450 empreendimentos inovadores espalhados pelo país, o segmento de parques tecnológicos e de incubadoras de empresas vive um momento de forte expansão no Brasil. A informação é do presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Guilherme Ary Plonski.
De acordo com ele, hoje este setor é responsável pela geração de empregos altamente qualificados e tem totalizado a cooperaçao entre universidades, empresas e institutos de pesquisa, sinergia fundamental para alavancar o desenvolvimento econômico do país.
“Nutrimos negócios inovadores e ajudamos a criar uma geração de empresários que tem a inovação no DNA”, afirmou na última terça-feira (25), durante a abertura do 21º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, que acontece até amanhã (28), na capital do Rio Grande do Sul.
Hoje, existem no país 75 parques tecnológicos, responsáveis pela geração de 26,2 mil empregos diretos. O setor gera uma receita de aproximadamente R$ 1,7 bilhão e contribui nas exportações com cerca de R$ 116 milhões.
A área também, segundo Plonski, tem atraído centros de pesquisa e de desenvolvimento e engenharia de classe mundial para o Brasil, além de reter talentos em solo brasileiro. “Estamos avançando vigorosamente no reposicionamento estratégico do movimento. O programa deste seminário foi pensado para ajudar os gestores dos habitats de inovação a refinar as percepções necessárias para frutificar a cooperação com parceiros relevantes”, completou o presidente, que está à frente da associação há dois anos.
Com o tema “Nova Competitividade dos Territórios”, o evento buscou ao longo da semana definir estratégias para promover o desenvolvimento regional e sustentável do Brasil, tendo por diretriz a inovação. Na opinião do diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos, a escolha da temática foi oportuna, pois no atual ambiente macroeconômico existem desafios de maior ordem, que pedem respostas à altura da demanda.
“O crescimento da economia, a forte geração de emprego e renda e o dinamismo do mercado doméstico faz com que aumente consideravelmente a concorrência do mercado, o que mostra que não é mais possível fazer mais do mesmo”, disse. Na avaliação dele, o grande desafio hoje do país não é mais gerar novos postos de trabalho, mas sim vagas com alto valor agregado.
“Temos que criar empregos de alta qualidade, bem remunerados e em empresas que têm possibilidade de crescer. Neste cenário, as incubadoras e os parques tecnológicos podem ajudar muito”, falou. Para se ter uma ideia, somente de 2009 a 2011 foram criados cerca de 24 milhões de postos de trabalho no país, em sua grande maioria em micro e pequenas empresas.
A opinião foi corroborada pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Ronaldo Mota. Para ele, o Brasil é um país assimétrico, pois embora tenha registrado crescimento na produção científica nos últimos anos, não foi capaz de levar esse conhecimento para o mercado na mesma velocidade.
“Para corrigir isso é preciso estimularmos espaços que sejam capazes de promover a transformação do conhecimento em negócio e esses espaços têm dois entes especiais: os parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Esta é a base da possibilidade real que o país tem de, além além de crescer, ter um desenvolvimento sustentado que consiga durar por muito tempo, promovendo as mudanças que o país precisa”, concluiu.
Informações sobre a Anprotec podem ser obtidas no site www.anprotec.org.br.
(Cynthia Ribeiro, de Porto Alegre, para o Gestao C&T online)