Política de inovação e novidades da robótica na Copa do Mundo foram temas de audiência no Senado Federal

As comissões do Senado Federal de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) promoveram, ontem (30), uma audiência pública para debater o “uso democrático da ciência para a transformação social e econômica do Brasil”.

No encontro, a nova política brasileira de estímulo à inovação foi descrita pelo subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCTI, Arquimedes Diógenes Cilino. Entre os objetivos principais da nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para o período de 2011 a 2015, anunciou, estão os de contribuir para a erradicação da pobreza e para a inserção internacional soberana do Brasil, além de reduzir a defasagem tecnológica do país e fomentar a economia verde e criativa.

Na mesma audiência, o cientista Miguel Nicolelis, professor titular de Neurobiologia e codiretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University, dos Estados Unidos, e criador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, expôs os primeiros resultados do Campus do Cérebro, estabelecido por ele – com investimentos públicos e privados – em Macaíba (RN), cidade da periferia de Natal até então com pobres índices educacionais.

De acordo com o cientista, quando os jogadores da seleção brasileira de futebol entrarem em campo na Copa do Mundo, em junho de 2014, no novo estádio de São Paulo, serão acompanhados por crianças paraplégicas que comandarão com o cérebro uma vestimenta robótica que lhes permitirá andar e dar os primeiros chutes na bola oficial do torneio.  

As crianças contempladas pelo programa são cuidadas desde antes do nascimento e frequentam uma escola em tempo integral que prosseguirá até a conclusão do ensino médio. Meninos e meninas de 10 a 15 anos trabalham em sofisticados laboratórios de robótica e ciências e aprendem, na prática, o que outras crianças só conhecem por memorização de conteúdo.

Os senadores presentes destacaram a importância de multiplicar essa experiência desenvolvida em Macaíba. Nicolelis sugeriu uma ação integrada de três ministérios: da Educação, da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

“Os institutos federais de educação tecnológica poderiam atender os alunos da educação fundamental, que, por sua vez, já teriam sido beneficiados por programas de cuidados médicos desde antes do nascimento. Se 500 institutos aderirem a essa iniciativa, em quatro anos um milhão de crianças terão sido beneficiadas”.

A proposta recebeu o apoio do senador Walter Pinheiro (PT-BA), relator do projeto do Plano Plurianual 2011-2015, e também do senador José Agripino (DEM-RN), que prometeu apresentar emenda ao projeto de Orçamento de 2011 beneficiando o projeto de Macaíba.

(Com informações da Agência Senado)