Com mais de 23 mil quilômetros de fronteira, uma das preocupações do governo brasileiro é garantir a segurança do território brasileiro. Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, a soberania do país será garantida com os investimentos constantes e cada vez maiores em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
O ministro participou da abertura do 2º Seminário Estratégia Nacional de Defesa: Política Industrial e Tecnológica, realizado ontem (15), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). De acordo com ele, parcerias como a do MCTI com o Ministério da Defesa são necessárias para o setor. “Soberania se conquista com investimentos em P&D. Juntos, entre 2007 e 2011, investimos R$ 1,5 bilhão em projetos articulados. Isso será continuado e esperamos, nos próximos quatro anos, um aumento significativo”, afirmou.
Marinha, Exército e Aeronáutica terão como prioridade para as próximas duas décadas a proteção da Amazônia e o reforço no patrulhamento das áreas de fronteira, terrestre e marítima. Para isso é necessário a construção de uma base industrial forte, capaz de gerar conhecimento e aplicá-los desenvolvendo produtos inovadores.
As compras de equipamentos com a exigência de transferência de tecnologia são vistas pelos militares como alternativas para superar o atraso tecnológico. No entanto, o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, alertou os parlamentares presentes na cerimônia de abertura do seminário sobre a necessidade de investimentos constantes para o setor.
“Defesa nacional é um projeto a longo prazo. Indústria de defesa forte não se faz em cinco anos. O Brasil pode perder uma ou várias décadas cada vez que forem cortados recursos”, garantiu.
Compra de caças
A compra dos aviões de superioridade aérea também foi debatida no seminário. O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu o processo de aquisição dos caças. “Devemos ser capazes de impor custos elevados a qualquer país que se aventure a usurpar do nosso patrimônio. Forças Armadas bem equipadas e preparadas minimizam a possibilidade de agressões”, disse.
Serão adquiridos inicialmente 36 caças para substituir as aeronaves francesas modelo Mirrage 2000, que no fim de 2013 atingirão o tempo máximo de voo. O processo de análise técnica feito pelas Forças Armadas e Ministério da Defesa já foi concluído. Amorim espera que a compra seja finalizada ainda neste semestre, mas ressaltou que a decisão cabe à presidente da República, Dilma Rousseff.
(Felipe Linhares para o Gestão C&T online)