Com passagem pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, prometeu dar ênfase à Política Espacial. As metas do governo para o setor estão bem definidas até 2019. Segundo ele, o mandato da presidente da República, Dilma Rousseff, será “marcado pela projeção espacial brasileira”.
O ministro, enquanto presidente da AEB, participou da reformulação da política aeroespacial que foi incluída na Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI). Constam no projeto o lançamento de seis foguetes e oito satélites para uso militar, comunicações, observação da Terra e meteorologia. Durante o discurso de posse, nesta terça-feira (24), no Palácio do Planalto, Marco Antonio Raupp citou o consórcio público privado nacional que irá construir o primeiro satélite geoestacionário brasileiro.
“Estamos comprometidos a dar um salto no espaço. Em 2014, lançaremos o primeiro satélite geoestacionário brasileiro, construído pela Telebrás e Embraer [Empresa Brasileira de Arenonáutica]”, garantiu. Segundo ele, o modelo de consórcio irá fortalecer as atividades espaciais brasileiras, atraindo inclusive mais empresas dispostas a investir em novos equipamentos.
A comunidade científica espacial também foi lembrada. O ministro disse que irá acompanhar de perto as inovações introduzidas no setor e no Programa Espacial. “Não venho para inventar a roda e sim para fazê-la girar em ritmo acelerado”, concluiu.
Cronograma espacial
A partir deste ano começam uma série de lançamentos que colocarão o Brasil em um seleto grupo de países com tecnologia espacial. O satélite CBERS-3, desenvolvido em parceria com a China, deve ir à órbita do planeta no segundo semestre.
Para 2013, a previsão é a dos lançamentos dos satélites ITASAT e IBAS. Em 2014, três equipamentos com bandeira brasileira serão colocados em órbita: o CBERS-4, o Amazônia-1, e o GEO-COM. Dois anos depois será lançado o CBERS-4.
O Amazônia-1B e o Sabia-MAR subirão ao espaço, respectivamente, em 2015 e 2016. A conclusão dos primeiros lançamentos de satélites brasileiros será em 2018 e 2019 com os equipamentos Amazônia-2, GEO-MET, SAR e GEO-COM-2.
Paralelo ao lançamento de satélite haverá atividades também com os foguetes desenvolvidos em parceria com os ucranianos. O primeiro lançamento do Veículo Lançador de Satélite (VLS) será feito na segunda metade de 2012. Em 2013 e 2014, haverá mais um lançamento desse foguete com capacidade de levar uma carga de 250 quilos a até 700 quilômetros de altura.
O VLS faz parte do projeto Cyclone-4, um foguete capaz de colocar em órbita equipamentos com 1,6 mil quilos. Dentro deste projeto constam também os lançamentos do VLS-alfa e do VLS-beta com sete lançamentos entre 2016 e 2020.
(Felipe Linhares para o Gestão C&T Online)